segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Moondance.

  Com as estrelas mesmo acima dos nossos olhos, enquanto a cabeça diz “não”, as veias gritam surpresas.
 O coração expressa-se, como sempre, mas inúteis e impossíveis desejos libertam-se das nossas bocas.
 Ao som das brisas, sob a capa dos céus, recusas-te a ficar.
 E eu, estou um pouco dividida entre ficar ou fugir, deixando tudo para trás.
 Toda a magia da noite sussurrou fortemente que terminaram as reticências de vez e que só pontos finais estão disponíveis.
 Ficam no ar as palavras do guião, as palavras das melodias, as palavras que escrevemos.
 Mas não me limito a ficar parada e, como se um piano estivesse à minha frente, não desisto de tocar as ilusões e desilusões.
 Instintivamente apoderaram-se os nervos e, com um último olhar teu sobre o ombro, vou caindo aos pedaços.
 Imutavelmente, sem vontades, deixei-me ficar no banco do jardim, entre as folhas que saltavam das árvores e o vento que alcançava o ambiente já demasiado frio.
 Por baixo da minha pele, constroem-se, ainda, novas fantasias.
 Eu pergunto-me quem me explicará isto. Quem me explicará as faltas consequentes de notas que me componham? Quem me explicará por que a minha cabeça não acalma, por que os nervos comandam o meu corpo e por que as estrelas já não funcionam?
Pedi-lhes mudança, sorrisos e uma dança ao luar.
Contemplei a lua; contemplei as mesmas estrelas e pensei ter lido “to be continued”.

2 comentários:

  1. Mal me levantei vim logo ler :) ta perfeito mesmo, parece que estiveste dentro da minha cabeça a ler qualquer coisa esta noite x)

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  2. está lindo princesa! eu acho que a Ana tem o dom de entrar na cabeça das pessoas durante a noite e trazer ao de cima os nossos pensamentos, mesmo que não tenhamos palavras para descreve-los, ela arranja (;

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